sábado, agosto 28, 2010

Freud


A convicção de Becker de que a negação da morte é a Grande Ilusão da humanidade tem uma história impressionante. No seu breve tratado "O Futuro de Uma Ilusão", Sigmund Freud, pai da psicanálise e mãe do inconsciente, referiu o medo da morte como um dos factores principais que levam seres humanos a criar e defender a ilusão dos deuses e da religião. Como estamos indefesos perante a perspectiva da morte, o nosso inconsciente inventa uma figura paterna no céu para nos ajudar a lidar com a situação. Convenientemente, o Paizinho no Céu também recompensa o bom comportamento, por isso, diz Siggy, temos um motivo forte para resistir aos nossos instintos mais anti-sociais - «incesto, canibalismo, prazer em matar», esse género de coisas.
Mas, mais importante, a Figura Paterna Suprema alivia o nosso medo da morte ao conceder a vida eterna àqueles que obedecem às exigências da sociedade.
Em suma, Freud pensa que a crença em Deus e na promessa que Deus faz de vida eterna é um conto de fadas cultural destinado a ajudar-nos a escapar ao espectro da morte.

in "Heidegger e um Hipopótamo chegam ás Portas do Paraíso"
por Thomas Cathcart & Daniel Klein
(aconselho)



1 desperdícios de energia (em joule):

Gabriela Lacerda disse...

Já conhecia o do platão e o ornitorrinco num bar, este não. Mas fica a dica, vou ler em breve.

Enviar um comentário