terça-feira, agosto 16, 2011

O Argumento Indutivo Por Analogia

"(...) Outro problema dos argumentos por analogia é que é possível obter analogias completamente diferentes a partir de diferentes pontos de vista.

 Três estudantes de engenharia estão a debater que tipo de Deus terá concebido o corpo humano. Diz o primeiro:
 - Deus deve ser um engenheiro mecânico. Reparem em todas as articulações.
 - Eu acho que Deus deve ser um engenheiro electrotécnico. O sistema nervoso tem milhares de ligações eléctricas - defende o segundo.
 - Na verdade, Deus é um engenheiro civil. Quem mais passaria um tubo de desperdícios tóxicos através de uma área recreativa? - diz o terceiro.


 . Em última análise, os argumentos por analogia não são muito satisfatórios. Não proporcionam o tipo de certeza que gostaríamos de ter quando estão em causa crenças básicas como a existência de Deus. Não há nada pior do que a má analogia de um filósofo excepto, talvez, a de um aluno do secundário. Testemunho disso é o concurso «As Piores Analogias Jamais Escritas num Trabalho de Ensino Secundário» patrocinado pelo Washington Post:
 - «Há muito separados por um destino cruel, os apaixonados predestinados à infelicidade correram um para o outro pelo campo coberto de erva como dois comboios de mercadorias, um deles partindo de Cleveland às 18h36m, à velocidade de 88 km/h e o outro de Topeka às 19h47m, a uma velocidade de 56km/h.»
 - «John e Mary não se conheciam. Eram como dois colibris que também não se conheciam.»
 - «O barquinho deslizou suavemente pelo lago exactamente como uma bola de bowling não deslizaria.»
 - « Ouviu-se um uivo fantasmagórico vindo do sótão. A situação era arrepiante e surrealista e o Jeopardy dá às 19 horas e não às 19h30m.» "

 in "Platão e um Ornitorrinco entram num bar" por Thomas Cathcart & Daniel Klein
 aconselho vivamente o livro. Uma forma humorística como nunca li de abordar diversos assuntos filosóficos.
 E ainda o segundo livro do género dos autores, citado anteriormente.
terça-feira, agosto 09, 2011

L'étranger - 1942



The Cure - Killing an Arab


Por mero acaso, hoje ouvi a música (até então desconhecida para mim) Killing an Arab dos The Cure, e depressa a associei ao mais famoso romance de Albert Camus...


L'étranger (O Estrangeiro) é um romance que reflecte o absurdo da existência, segundo a perspectiva de Camus.
Na Argélia, o protagonista Meursault é um homem imune ao remorso e ao sentimento. Tem algo como "amizade" com o vizinho proxeneta, uma vez que o ajuda a ver-se livre de uma das suas amantes árabes. Contudo, tempo mais tarde envolvem-se em lutas com o irmão da tal mulher junto ao mar e, mais tarde, ao voltar à praia, Meursault reencontra o árabe e, inebriado por um delírio de calor, mata-o. Segue-se o julgamento de Meursault, condicionado pela sua atitude de indeferença...


A obra de Albert Camus (1913 - 1960), nobel de Literatura, tem imponente cariz filosófico, especialmente o Absurdo. Aconselha-se.
quinta-feira, agosto 04, 2011

Engenharias

Nagasáqui em 1945, depois da bomba atómica.




Nagasáqui em 2011, depois do terramoto.



 De que raio é feito o arco?!