domingo, janeiro 30, 2011

Que Parva que eu Sou

Os Deolinda são uma verdadeira pérola nacional no que toca a compor. Desde as músicas mais alegres ás mais introspectivas , passando pelas verdadeiras músicas de intervenção. Não como esses senhores que andam por ai a brincar à luta, os Deolinda conseguem assumir uma postura de ironia que vale muito a pena escutar. Foi o que aconteceu com esta música. "Que Parva que eu Sou" foi apresentada pela primeira vez ao grande público no Coliseu do Porto na penúltima música do encore, e inevitavelmente levou o público ao rubro.
Aqui fica:

Sou da geração sem remuneração
E nem me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "casinha dos pais"
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "vou queixar-me pra quê?"
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

2 desperdícios de energia (em joule):

Gabriela Lacerda disse...

É verdadeira música de intervenção, fico muito feliz de a ouvir. Não tinha conhecimento, obrigada :) vou partilhar, há que prestar atenção ;)

Bruno Dias disse...

Música 5* fiquei sem palavras.. nao conhecia

Enviar um comentário